No início dos anos 70, uma nova vila de Itaúnas começou a ser erguida do outro lado do rio. Seus habitantes foram expulsos pelas areias que avançavam do mar e encobriam o local. Através do vento a areia do mar avançava sobre o continente, formando dunas que cobriam tudo que havia pela frente, inclusive a vila antiga. As casas construídas à beira do Rio Itaúnas tinham como principal atividade econômica a exploração da rica madeira de lei da bacia do Itaúnas, principalmente a peroba do campo. A maioria destas fazendas antigas deram lugar às plantações de eucalipto. O número de habitantes da época não era muito inferior ao de hoje.Além da floresta de onde se retirava a madeira, existia a mata de restinga, que separava a vila da praia. A derrubada desta mata acelerou a invasão das areias, que já era um processo irreversível. Há diversas versões para explicar a derrubada desta mata de restinga. Alguns dizem que a mata era utilizada como fonte de madeira para construção de suas casas e produção de lenha para fogão. Moradores mais antigos afirmam que o desmatamento ocorreu gradativamente, até sair do controle. Outros dizem que a derrubada de vez das árvores foi patrocinada por um político da década de 40. Outros afirmam que a mata foi retirada para melhorar a visão e o acesso à praia para os turistas. A teoria mais difundida é a de que a mata foi derrubada para acabar com o cheiro de fezes que o vento nordeste soprava dentro da vila. Com o desmatamento acreditava-se que os moradores parariam de utilizar a mata como banheiro.O certo é que a retirada de madeira da restinga começou a abrir falhas na vegetação, permitindo a passagem do vento forte e muita areia começou a entrar dentro das casas. A movimentação da areia, impulsionada pelos ventos fortes e constantes, soterrou a antiga vila no início dos anos 70. De vez em quando, o vento descobre a torre da velha igreja de São Benedito e traz à tona vestígios de antigas civilizações. O novo povoado foi reconstruído na margem direita do rio Itaúnas e hoje vive do turismo e da pesca. Um dos mais belos pontos do litoral brasileiro, as dunas (com 20 a 30 metros de altura), parte do pântano e a vila de Itaúnas foram tombados pelo Conselho Estadual de Cultura, em 1986. Hoje, a região abriga o Parque Estadual de Itaúnas, criado em 1991, em uma área de 3.674 hectares. Ele reúne diferentes ecossistemas: praias, dunas, restinga, manguezal, Mata Atlântica de Tabuleiro, alagados e o rio Itaúnas. É uma das poucas áreas ainda preservadas no ES. Um programa de educação ambiental leva moradores e turistas para passeios nas trilhas das restingas. Alguns acessos chegam a pontos do rio onde se pode remar, pescar e conhecer ilhas. Na sede do Parque, na vila de Itaúnas, uma exposição permanente apresenta a flora e a fauna local. Na praia, nativos e profissionais do Projeto Tamar/IBAMA acompanham a desova das tartarugas. Nas dunas são desenvolvidas pesquisas arqueológicas. Outra atração do lugarejo é o forró.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
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